sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Escrevo-te estas mal traçadas…

Toda vez que ouvia "...escrevo-te estas mal traçadas linhas meu amor..." pensava:
Será que os erros do meu português ruim influenciarão no conteúdo desta carta? Será que tudo anda tão difícil que as notícias são todas tristes? Será que sou tão prático que em poucas linhas consigo externar tudo o que quero? Será que o papel-carta é tão comum que mesmo esforçando-me as linhas ficam mal traçadas? Será que a distância que nos separa aumenta o abismo entre nós? Será que as mensagens subliminares escondidas nas entrelinhas são perfeitamente captadas por ti? Será, será, será?
Sei lá, só sei que escrevo-te as linhas para falar da minha saudade, para falar que a lua pendurada no céu é vizinha das estrelas que muitas vezes contávamos deitados debaixo da amoreira (amora/namora) no início da noite. Escrevo para falar-te daquelas noites a beira mar em que sentávamos na areia da praia, só ouvindo o som das ondas. Escrevo para falar daquele dia em que voltávamos de um evento e desabou uma tempestade e corremos para fugir da chuva e secamos nossas roupas no varal da tua casa.
É, meu amor, "escrevo-te estas mal traçadas linhas..." e aguardo. Resposta? Sei que não.


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