
Morreste, e o meu desejo não te olvida:queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,e do teu gosto amargo me alimento,e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,batismo e extrema-unção, naquele instantepor que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,beijo divino! e anseio delirante,na perpétua saudade de um minuto...
OLAVO BILAC
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