segunda-feira, 1 de junho de 2009

Quarto



E dentro do quarto

Permaneci estática atenta apenas ao desenrolar da memória.Não era difícil vê-lo ali, e ouvir seus passos vindo abrir a porta e ficar me olhando sem dizer nada, até que nos abraçássemos, como antigamente.
Movimento
meu corpo parado no meio do quarto para a cama, mergulhei minha cabeça nos lençóis desarrumados procurando uma espécie de calor.
Mas não choro
mesmo que de repente perceba um fio de cabelo (os cabelos dele caíam sempre).Acreditávamos que um dia seriamos grande, embora aos poucos fossem nos bastando miúdas alegrias.
Era duro fingir
que éramos pessoas como as outras, mas nos cantos daquele quarto tínhamos sangue esperma, talvez febre.
Tudo passou
e é inútil continuar aqui, procurando o que não vou achar.Não me atrevo a mexer em coisas que eu possa encontrar seu nome, o nome que teve.
Então certifico-me de que
a vida é exatamente esta, a minha, e que não a troquei por nenhuma outra, de sonho.
Apenas fizemos parte
de um sonho sonhado por qualquer outra pessoa que não você, que não eu.
Do sonho.

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