quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Manhã de segunda-feira…

À você que me escreve, você sabe o que!
Faltam poucos minutos para o meio dia. Não vou contá-los agora. Não fará diferença alguma. A paisagem está como de costume. É novembro. Tem aroma de outono no ar. Não diga que a estação é outra. Não diga que são equívocos de minha alma. Você sabe que em novembro eu sou assim. Tomo todos os dias pra mim. Inventa somas inusitadas. Faço do tempo um fragmento de qualquer coisa. Venho aqui para dentro de mim. Me reinvento. Me desfaço... As vezes abro a janela e me jogo pra fora, num vôo lento. Morro. E quando percebo estou em mim de novo. E sou outra. E sou tantas. E sou eu mesma... Daqui a pouco será dezembro. Os sons serão outros. O calor chegará de repente, como se tivesse pressa. Será primavera durante um ou dois dias e então o verão falará de seus matizes. Tudo muito quente... Vou deixar isso para depois porque não suporto dezembro e suas festividades cristãs. Todo mundo tem pressa em dezembro. Querem comprar o mundo como se tudo de fato se limitasse a esse mês e suas ilusões com luzinhas a piscar. Não tolero dezembro. (pausa para respirar e voltar para dentro de mim. As vezes eu saio. Não tem jeito). Você sabe. Saudades. Por onde andará você? (pausa longa) Deve estar a esperar pelo inverno para se acomodar em suas peles. Invejo-te. Por aqui não há inverno. As vezes, o inverno, aparece em algumas horas do dia. Esfria. Venta. E as janelas são fechadas. As pessoas ficam emburradas... Pronto. Eu me manifesto. Adoro calçadas no inverno. Pena que tudo é tão apouco. Tão breve. Nunca estamos satisfeitos, não é mesmo? Vou ali tomar um café. Volto em breve com as figuras das atmosferas alheias. Tenho muito o que mostrar…

Lu Guedes

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